Empreender-se - Virgínia Leal


Quem já tentou mudar de rumo,

por constatar a programação que sofreu,

os condicionamentos que lhe vitimaram,

a repetição de padrões que sempre o devolvem

ao mesmo lugar, 

sabe como é difícil encontrar o ponto

de ruptura do círculo recorrente.

 

A sensação que se tem é de que todos os caminhos

já foram traçados e eles levam a crenças, ideologias

e papeis pré-determinados,

ordenados por valores e ideais convencionais,

pautados por paradigmas inalcançáveis. 

 

Depois de muito se empenhar, encontra 

o ponto vulnerável dessa estrutura,

que não pode ser posta abaixo 

de uma só vez, sem que haja prejuízo.

 

É preciso escorar paredes, remover tijolo por 

tijolo,  sem que haja desabamento.

Há que dispor do novo material a ser reposto

e a operação há de ser lenta e gradual. 

É obra que tem começo, mas não tem fim,

não pode ser delegada e requer paciência.

 

Reinventar-se importa em refazer alicerces 

e colunas de sustentação, escavar e repor as bases

que suportaram a estrutura mal construída;

há que reedificar-se com a argamassa das experiências,

a solidificar a reengenharia de si mesmo. 




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