À BEIRA DO PRECIPÍCIO
Quem nessa vida já sofreu
a dor do amor que perdeu,
ou que nunca foi seu,
por certo há de hesitar
quando novo amor apontar.
Enquanto em aflição hesita
o amor se perde, se dissipa,
torna-se medo e confusão.
Amar, por certo, precisa
de entrega e arrebatação.
A vida vivida que se fez,
por certo é incerta e convida
a se arriscar mais uma vez
Pior que a dor que sofreu
é ter que emudecer o anseio,
e chorar pelo que não viveu
Nesse dilema convém perguntar:
quem tem coragem de se lançar?
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