Digressões 3
À medida que fui me permitindo penetrar nos escaninhos do inconsciente, por ele mesmo revelado, mudei meu conceito de destino e fatalidade.
Não foi fácil, resisti muito, mas por coerência e por fazer sentido aceitei a ideia de que sou responsável pelas minhas escolhas, assim como devo aceitar as consequências delas.
Entrou como uma luva o que Alexandre Godinho disse: “aquilo que você chama de destino pode ser um padrão em que você se acomodou numa dança que você aprendeu, mas que nem lembra mais quem foi que coreografou.”
Eu dançava conforme a música que eu não compus, com passos que não eram meus.
Já Jorge Forber diz: “O mais fundamental da vida humana escapa aos mecanismos racionais.”
E ele tem razão, muito do que penso, sinto, como ajo está sobre o comando do inconsciente, não passa pelo crivo da mente.
Por isso, é inútil perguntar: “por que você está nessa relação tóxica, por que você escolheu essa pessoa?
Concordo com o ditado popular que diz: “o coração tem razão que a própria razão desconhece.” Um coração ferido não conhece outra linguagem que não seja a dor.
Um dia, quando eu estiver maior do que sou agora, navegarei nas águas da vida, como o pássaro que pousa sobre o tronco de madeira e que segue rio abaixo. Enquanto isso não acontece, me permito molhar os pés, ficar em águas rasas, e vez por outra mergulhar em águas profundas.
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