Generalização e vitimização


 

Recentemente assisti o filme “Escritores da liberdade, inspirado em um caso verídico.

 

Passado o impacto emocional – eu participo do filme como se estivesse vivendo aquele drama – percebi alguns equívocos que os personagens viveram.

 

O primeiro deles e o mais grave foi a generalização. A generalização é uma falácia, ou seja, parte de pressupostos verdadeiros, mas a conclusão é errada.

Se eu fui vítima de um branco, todos os brancos são maus.

 

A generalização pode ir mais além, agora não importa mais a cor da pele, o outro é o inimigo.

 

Outro equívoco é a vitimização. Porque passei e passo coisas ruins, não tomo um atitude positiva, prefiro ficar de coitadinha. A vítima vive numa bolha de comiseração que pode levar a uma atitude hostil perante a vida. 

 

Para a vítima, a dor dela é a maior de todas. A dor não pode ser mensurada nem comparada, cada um responde a ela de forma diferente. Mas a vitimização a intensifica, porque o ressentimento passa a ser contra a vida.

 

Uma forma de sair desse lugar é importar-se com o outro, nivelar sua dor com a dele, criar empatia. Ninguém está dentro de ninguém para saber como ele sente. 

 

Enquanto a pessoa se tornar ilha, ninguém poderá alcançá-la, mas o isolamento é causa maior de infelicidade do que lidar com as adversidades.

 

É preciso construir pontes para chegar ao outro, para possibilitar o encontro com o outro. Nesse contexto é muito importante ser ouvido. 

 

Porque o outro nada mais é do que eu, o outro eu, o meu outro. Rejeitar alguém é rejeitar a mim mesma. 

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