Faces do medo
O maior problema do medo é que ele nos torna egoístas. Uma pessoa tomada pelo medo reage como se tivesse que proteger sua própria sobrevivência. Onde há medo, o amor é abafado.
De um lado, há uma superproteção daqueles que amamos, queremos poupá-los de todo sofrimento e isso pode causar mais danos que benefícios.
Uma decisão tomada pelo medo não é inteligente, o medo afeta o discernimento, a ponderação.
De outro lado, na mesma situação, há quem se esconda atrás do medo, se omita, deixe para outras pessoas decidirem por ele.
Quando várias pessoas precisam tomar uma decisão por alguém que amam e que é incapaz, o conflito é inevitável. O medo de tomar a decisão errada desorienta o que é preciso ser feito.
Se a pessoa está sob os cuidados e tutela de seus familiares, por incapacidade provisória ou definitiva, essa circunstância foi criada por ela mesma, pelas escolhas que fez na vida. Acredito que tudo que nos acontece nos é inerente.
Aprendi, por experiência própria, que só o amor é sábio, e para afastar o medo é preciso desapegar, aceitar a possibilidade de que pode acontecer o que temo, mesmo com todo cuidado e dedicação.
Não posso mudar o destino de quem amo, construído por suas próprias escolhas. Só posso apoiar, cuidar, estar presente. Pensando assim, é mais fácil não deixar que o medo me tome.
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