Ciúme e inveja

  

Eu sempre achei que tinha medo do julgamento alheio. Recentemente descobri que não é isso. Quando percebo que agi de forma inadequada, tenho vergonha de mim e temo que as pessoas percebam isso. Não se trata de julgamento, mas de exposição de quem sou. 

 

Essa atitude vem do ciúme e da inveja.

De um lado, o sentimento de posse abre lugar para o medo de perder quem amo para outras pessoas; de outro, invejo quem tem amizades antigas e sólidas porque não fui capaz de manter e nutrir as minhas. 

 

Ciúme e inveja são irmãos predadores que sorrateiramente me tiram do eixo. 

 

A sensação de invisibilidade, por sua vez, exacerba ciúme e inveja, sustenta a separatividade. 

 

Sempre que sou convidada para um trabalho em grupo, esse complexo de emoções me tomam, guiado pela impotência. 

 

Na minha fantasia, todos já estão enturmados, menos eu, e o sentimento de inadequação pula na frente.

 

O tempo está contra mim, a cada dia que passa sem tomar uma atitude é uma chance perdida de reverter esse quadro. 

 

Preciso rearrumar os botões abotoados errados, tirar a roupa do avesso, remendar o tecido esgarçado, “manter a mente quieta, a espinha ereta, o coração tranquilo.” Preciso ser quem sou. 

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