A falta que me faz

  

A falta me causa sofrimento, por não saber a qual jogo pertenço. É como se eu fosse essa peça que falta e que deseja se justapor.

 

Talvez não me encaixe porque a toda hora mudo de formato, assim, o jogo que me cabia, agora não me serve mais.

 

Se o jogo muda, mais difícil ainda se torna encontrar meu lugar. Se sou a peça que falta, estou destinada a me perder, porque o desejo não pode ser saciado, senão acaba o jogo.

 

Se sou eu que move o jogo, não posso ser alcançada, e agora entendo por que mudo a toda hora.

 

Só o movimento sincrônico da mesma modelagem pode promover o encontro, e não faz sentido todo um jogo performar para que eu caiba.

 

Talvez eu precise criar meu próprio jogo, para que, por atração natural, as demais peças cheguem. 

 

Talvez eu tenha perdido o ânimo de encontrar meus semelhantes e prefira ficar vagando, à espera que eu atraia ou seja atraída pelo lugar a que pertenço, tal como se encontram o côncavo e o convexo.

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