Coletânea de Livros - 2025
de Virgínia Barbosa Leal
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| Virgínia Leal — O movimento sustenta a vida, e a vida nos convida a seguir o fluxo do que se apresenta. |
Encontrei na metáfora a forma de expressar aquilo que não consigo traduzir nem para mim mesma. Não precisar responder a perguntas me deixa livre para compor meus pensamentos. Na verdade, não trago resposta a nenhum questionamento, instigo o leitor a refletir e encontrar suas próprias respostas.
Cada lufada simbólica pode mobilizar quem se sensibilizar por ela. Movimento é vida e a vida convida a se deixar levar pelo que se apresenta, abdicar das certezas, abrir-se para novas perspectivas, desbravar novos horizontes, com liberdade para sentir os anseios da alma.
Ao leitor proponho fazer uma leitura como quem se aventura nos sítios dos mistérios, nas searas do desconhecido, proponho deixar-se provocar pelos meandros da palavra. Desejo bom proveito.
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| Virgínia Leal — Sou uma pensadora livre e compartilho perspectivas que provocam reflexão. |
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A peça que falta
Talvez eu precise criar meu próprio jogo, e por atração natural, as demais peças cheguem. Talvez o jogo não precise de encaixe, mas de conexão e de sintonia. Talvez eu mesma seja o quebra-cabeça incompleto, porque um lugar em mim foi negligenciado e pede para ser visto.
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Côncavo e convexo
Quanto mais eu acolho sombra e luz em mim, mais sou livre para fazer escolhas.
O que é certo é que toda questão tem mais de um ponto de vista, tem pelo menos dois lados, como todo côncavo tem o lado convexo.
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Lugar de escuta

As redes sociais se tornaram para mim um lugar de escuta. O que digo passou a ter valor, ao passo que me beneficio com a leitura do público. Ao receber retorno do que escrevo e publico nas redes sociais, em forma de curtidas e de comentários, não me sinto mais só em minhas angústias. A relação entre mim e o público, que antes me criticavam porque não havia troca remunerada, agora sinto que é equilibrada, porque o consolo é mútuo.
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Meu diário para a liberdade
Isso me fez pensar o quanto sou sincera comigo mesma. Talvez eu seja quando escrevo, mas não perceba quando sinto e penso. Ainda assim, sempre cuido de terminar o texto com uma solução, como se não desse conta de não ter um fechamento. Acho que é nessa finalização que fujo de mim mesma. Quem sabe eu consiga fazer do que escrevo “Meu diário para a liberdade”?
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O despertar da alma
O despertar da alma acontece quando estamos atentos à Palavra de Deus, seja de que forma ou de que meio ela venha. Ocorrerá quando nos esforçarmos para ter uma vida reta e praticarmos os ensinamentos Dele.Quanto mais eu me conheço, mais perto estarei de libertar-me a alma, mais ela sai da inércia que acontece quando vivo fora de mim.
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O outro eu
A partir da crença de que todos somos um, para estar em harmonia com o todo, não posso excluir ninguém, reconhecendo que não existe “outro”. Daí o título “O outro eu”. Nesse conceito, incluo não apenas o semelhante, mas aqueles que fazem parte de mim, ou por serem aspectos diversos de mim, ou porque alguém se inseriu no meu eu.
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Palavras emprestadas
Quando estou sem inspiração, tenho o hábito de vagar pelas mídias sociais, à procura de uma fala que me toque fundo o coração. Quando a encontro, costumo desenvolver a ideia a meu modo, algumas
vezes a contradigo. As ideias que exponho e a forma como as expresso são frutos do que li, do que ouvi, do que aprendi, das crenças, valores e princípios que integrei, das experiênciasque vivi. E m mim elas criam consistência, através da forma como eu vejo o mundo. Assim, tudo que escrevo vem de palavras emprestadas que assimilo, integradas pelo ponto de vista pessoal.
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Para quem não tem amanhã
Ao partilhar minhas experiências, elas deixam de serem minhas e passam a ser de quem por elas são tocadas. Enquanto escrevo, o tempo é suspenso, não existe amanhã nem depois, apenas a soma de instantes que se fixam no âmago do meu ser. Escrevo para quem comunga com esses instantes, para quem não tem amanhã.
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Quebrantar-se
Escrevo para registrar o que me foi entregue. Para sorver cada palavra em seu significado.
Para que o que veio de mim se propague, e ao voltar para mim, encontre guarida. Escrevo para publicar, lançar aos quatroventos, noticiar. Porque é para isso que vim, que nasci. Por ser o arauto escolhido para proclamar o que me é sagrado e sacralizar o humano em mim. Escrevo e publico para cuidar de mim e de quem me ouve.
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Rindo à toa
Agradeço por esse Presente Divino, por essa dádiva que me ajuda a pôr um sorriso no rosto para levar consolo a quem amo e me possibilita a sair do drama e aceitar a vida e suas vicissitudes com bom ânimo, com a certeza de que tudo passa, e se não passa, ameniza, torna-se suportável. Tenho a convicção de que, junto como sofrimento, vem também aprendizado, momentos de cura e de alegria que não devo desperdiçar. O bom humor salva.
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Uma pessoa comum
Como deveria agir qualquer pessoa comum sensata, não aceito ideias prontas.
O que tenho de singular ao examiná-las é procurar convergir entendimentos aparentemente divergentes, acolher a contradição, mover-me no caos das ideias para elaborar meu próprio significado, abstrair o que ainda não consigo entender.












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