Corrente de pressão
Antes eu queria tanto algo ou alguém que criava uma corrente de pressão, e ela dificultava ou interrompia o fluxo natural da vida, o tempo das coisas. Quanto mais eu pressionava, mais longe ficava da realização.
É a mesma pressão que exerço quando estou procurando algo e não acho. Quando eu “deixo para lá” ele aparece, muitas vezes bem à minha frente e eu não via.
Queria recompensa imediata, não sabia esperar nem deixar que o tempo me mostrasse se meu desejo estava ou não focado em algo bom para mim.
Quando eu estava nessa vibração, orbitava em torno do desejo, sem ver alternativas que poderiam ser melhores.
Depois entendi que o desejo arrastado pela pressão que eu exercia sobre o fluxo era algo que eu já intuía não ser para mim, mas queria apesar disso.
Não desejar é o início da imobilidade que pode levar à morte física ou psicológica. Mas ficar obcecada pelo desejo o desvirtua.
O ser desejante é aquele que está sempre em busca de algo que lhe mobilize, que lhe faça seguir em frente, que lhe dê força e motivação para continuar.
Há de se esperar o tempo de maturação e aceitar um desvio de rota ou do próprio desejo, abrir mão dele quando a vida me mostrar que ele não me está destinado.
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