Vida/morte


 

“Quando a morte te encontrar, eu espero que te encontre viva.” Provérbio africano

 

Não tenho medo só de morrer, tenho mais medo de viver e uso a morte como desculpa para uma vida vazia. Sem ter consciência, me escondo da morte não vivendo. 

 

Para mim, viver significa acompanhar o passar do tempo, ver o tempo desperdiçado, estar mais velha a cada dia e ficar mais próxima da morte. 

 

Eu me pergunto em quais momentos eu estava realmente viva. Na maioria das vezes eu apenas existia.

 

Muito do meu tempo foi gasto no fazer acelerado tentando ganhar tempo, presa às elocubrações da mente, perdida em divagações, imersa em mágoas, alheia ao presente. 

 

Já tive uma “vida” vegetativa em que ignorava o que me acontecia por dentro e por fora, sem interação ou vontade, me movendo como uma autômata.

 

Viver requer compromisso com a vida e sua pulsação, me permitir sentir o que quer que seja, não fugir dos momentos difíceis, das conexões, do amor. 

 

Viver é ser uma com a vida, estar presente no presente, ter contentamento com tudo que ela proporciona.

 

Ultimamente tenho vivido um dia de cada vez. Só hoje vou estar mais atenta aos sinais e aos recados que a vida me dá, vou ter consciência de mim, de quem sou e do que estou fazendo. Só hoje vou me empenhar em mudar hábitos que me esvaziam de mim. 

 

Só hoje não vou me alienar da vida e de mim mesma, para quando a morte me encontrar ela não me seja familiar pelo tanto de tempo em que estive com ela. 

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