Saudosismo
“O que a memória ama, fica eterno. Te amo com a memória imperecível. Para o Zé – Adélia Prado
Quando eu via alguém saudosista, dizia para mim mesma que não tinha saudade, que o melhor momento para mim era agora.
Isso era o que eu queria acreditar, não queria olhar para trás, a felicidade era encontrar em cada dia um motivo de alegria e satisfação.
Quando eu ouvi esse trecho do poema de Adélia Prado, reconheci para mim mesma que a minha memória valoriza mais a dor do que o amor.
Ao contrário do que dizia, tentava apreciar o presente porque nunca me satisfiz com o que passou. A insatisfação era que me movia buscar no presente o meu melhor momento.
Minhas memórias estão impregnadas por decepções e frustação. A exigência do momento perfeito não me deixou apreciar o que havia de bom.
Minha vida foi permeada de desventuras que eu mesmo construí, fazia isso para confirmar a crença de eu não merecia a felicidade.
Minha missão agora é explorar as memórias boas que não dei atenção, e assim solidificar momentos imperecíveis.
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