A impostora
“ A compulsão por cuidar dos outros não é amor. É uma fuga sofisticada da dor que você evita olhar” Evelyn Roos
Quando meus dois irmãos mais velhos se mudaram para outros Estados, tive a oportunidade que precisava para demonstrar meu valor.
Quando eu era adolescente, minha mãe me apontava como exemplo para minhas irmãs do que não se devia fazer.
Sem ser consciente nem planejado passei a tomar providências diante dos problemas delas sempre que surgia.
Enquanto eu ignorava minha dor, continuava prisioneira da imagem que criei. Continuava salvando as pessoas e não me salvava.
Eu me forcei tanto que um dia a corda partiu, entrei numa crise de depressão. Fui obrigada a admitir que não era tão forte como ostentava.
No fundo eu sabia que essa suposta abnegação não era altruísmo. Percebi que eu usava a máscara da cuidadora para ser admirada e reconhecida, então me senti impostora.
Essa tomada de consciência foi importante para eu mudar de atitude, passei a cuidar de mim, tentei me libertar da necessidade de ser admirada e reconhecida. Na verdade, essa falsa necessidade era substituta do desejo de ser amada.
Talvez demore a vida inteira para eu me resgatar da armadilha que criei. O primeiro passo é aprender a me amar e já estou nesse caminho.
Comentários
Postar um comentário