Vidas em desalinho

 

“Você chegou bonito, com palavras que teriam sido suficientes, mas já não havia espaço, não por falta de vontade, e sim por ter passado o tempo.” Carla Sousa

 

Você só me encontrou quando eu já havia desistido de lhe esperar. A brincadeira de esconde-esconde perdeu a graça. 

 

O meu tempo e o seu não eram o mesmo, ritmo em desalinho. Quando você me alcançou, eu já não estava mais lá. Faltou sincronia. 

 

Não havia mais interesse nem admiração. Passamos tanto tempo juntos sem nos aproximar que fui me distanciando.  Quando você chegou, não dava mais fazer o caminho de volta.

 

Enquanto você olhava o próprio reflexo, eu lhe buscava de todas as formas, em todas as veredas e bifurcações. 

 

Você não percebeu o tesouro à sua espera e amargava a vida com insatisfação.

 

Aos poucos me perdi de mim, até não haver mais nem eu nem você. Aos poucos fui desaparecendo, e era urgente me resgatar.

 

Não foi culpa de ninguém, o descompasso nos afastou, a dança desandou. 

 

O amor ainda existe, a convivência, não. Seguimos caminhos diferentes, sem ponto de intersecção. 

 

 

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