Estar só e sentir-se só
“Se você se sente só quando está só, provavelmente está mal acompanhado.” Jean- Paul Sartre
Nem sempre estar só me faz sentir só. Isso acontece quando não invoco
a minha própria companhia.
Já quis me encaixar num quebra-cabeça ao qual não pertenço, no afã de sair da solidão. O resultado foi que continuo me sentindo só, mesmo rodeado de gente.
A solidão se converte em angústia toda vez que me desconecto de mim mesma. Não quero saber quem sou, por medo do que posso ver em mim.
Mas todas as minhas máscaras estão rotas e perdi a agulha, a linha, e a mão que as costurem. Perdi o jeito de me ocupar para não sentir, de me enganar,
de fazer da solidão substituta das reais emoções.
A solidão genuína é aquela que me mobiliza ao encontro, que tem curiosidade em conhecer o outro, que quer oferecer o que tem, que não mendiga atenção.
Solidão que me dá consciência de quem sou. Que sabe de mim e do quanto valorizo o outro.
Solidão que sabe que sou única e que é na autenticidade que navego com e pelo outro.
Mesmo ciente disso tudo, há um lugar em mim que confidencia tudo que ninguém vai ouvir ou entender, um lugar onde posso ser eu mesma. Só assim posso ir ao outro sem criar expectativas, apenas pelo prazer de estarmos lado a lado. Porque sou uma boa companhia para mim.
Comentários
Postar um comentário